setembro 24, 2015

EM TEMPO DE DOR E ANGÚSTIA


Em tempo de dor e angústia. Como calar, consolar e tornar a alma quieta até tudo passar?

Todos morrerão um dia. Ora, isto é claro, e desde que nascemos somos preparados e ensinados sobre a passagem inevitável que todos faremos que é uma realidade difícil, mas só que saber não é certeza de aceitar, encarar ou não sofrer. A perda pela morte de pessoas que amamos é algo que arrebenta a nossa alma, e por mais que queiramos, é difícil esquecer ou apagar.

E ela - a morte - chega de diversas formas. Alguns são levados por balas perdidas ou assaltos, por doença longa com muito sofrimento ou porque o coração (e o corpo) cansa e morrem subitamente – assim foi com meu (nosso) querido e amado pai – sendo idosos ou não.

Meus avôs partiram depois dos 80 anos, mas meu pai se  foi aos  68 anos, depois de lutarmos por 53 dias com um linfoma que sugava suas forças e vitalidade (más não minou a nossa fé!!) . Como a vida do meu pai foi importante para mim (nós)! Ninguém nunca saberá o quanto...! Minha mente entende, mas meu coração acha que ele ainda era muito novo. 
Eu, minha mãe Lice , junto com minhas irmãs – Lú, Ró e irmãos Jesse, Paulo e Dani - sofremos muito, e foram momentos difíceis aqueles 53 dias. Nem desconfiávamos que piores dias nos sobreviriam.

Existe uma razão? Perguntas, indagações assolam nossas mentes, pois queremos entender o que nunca aceitará nossos corações. E a única certeza vital para mim (nós) ao enfrentar aquele momento é que estou/estamos nas mãos de Deus. A verdade é que a única certeza em um momento de dor tão pungente, profundo - quando você é cristão realmente - é a da presença do Senhor, e isto será a realidade mais marcante, e isto sim, fará a diferença maior, pois é neste momento que poderemos provar para que serve a nossa fé. A notícia da morte ainda nos deixa perplexos, mesmo sabedores que somos finitos; mas por mais dura que seja a situação vivida, precisamos ter a certeza de que Deus está no controle de tudo. 

Ah, como é necessário muita fé para entoar um bendito como o povo de Israel fazia em todos os momentos: "Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação" (Sl 68.19).

Sei que vamos sobreviver, " ... pois o necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente (Sl 9.18). Precisamos vigiar para que não sintamos que fomos traídos por estarmos sofrendo, ou sentir que fomos desamparados pelo próprio Deus. Como algumas seitas pregam/ensinam que, como crentes/cristãos nunca sofreremos, não perderia bens, empregos, familiares ou saúde. E se assim acontecer, não deixe a desilusão tomar conta da sua alma por ter aprendido que nada de mal afligiria os filhos de Deus. 

Como eu gostaria que nós não sofrêssemos ... Pense: nosso Deus é muito maior do que pensamos, e então você pode ficar consolado, mesmo com saudades, quando entrega sem reservas a sua dor ao Senhor. Sei que é muito difícil fazer isto de verdade e também sei quão difícil é explicar o sofrimento do ponto de vista humano; mas se pudéssemos aquietar nosso coração e esperar no Senhor ...

Queridos, saiba que qualquer palavra nunca será suficiente para suavizar a dor da separação ou mesmo a dor visceral que toma conta do nosso corpo em um momento como este, mas a Palavra de Deus, vinda através dos amigos parentes e irmãos, vem fortalecer o pensamento de que a paz de Deus precisa nos valer

Experimente o consolo, a certeza que vem da carta aos Romanos 11:33-36, quando o apóstolo Paulo entoa o seguinte hino de adoração ao Senhor: "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém". A minha dor ainda não cicatrizou e digo para vocês que de vez em quando vai doer... Mas isto só dá em gente... e gente que ama muito.

Eu nunca desanimo e nem deixo de lutar, mas a vida também segue seu rumo, e somos empurrados - literalmente - para nossas atividades de subsistência de modo que esquecemos de nós mesmos e de que existe um tempo de luto, até para uma reflexão; mas o corpo sente, então, que precisamos também do silêncio absoluto, do tempo da reflexão e do chorar. O problema é que muitas vezes precisamos consolar nossos familiares e então parece que crescemos além do sofrer; mas sempre chega "a noite", chega a nossa hora de estar dentro da nossa caverna.

Obrigado a todos  

OziOE, o Filho de Davi


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